quinta-feira, 24 de maio de 2012

POESIA OU POEMA?


POESIA OU POEMA?

Frequentemente nos deparamos com dúvidas em relação ao que é poesia e poema, se têm sentido igual ou diferente. É importante que procuremos entender essa diferença que realmente existe. Enquanto a poesia é subjetiva, se encontra dentro de nós, o poema é o texto escrito, com uma existência que expressa o sentimento do poeta e que está ao nosso alcance. A poesia é algo indefinido, imaterial, enquanto o poema se revela concretamente através dos signos, das letras.
Entretanto, na criação estética de um poema nem sempre ele contém poesia. Mesmo que esteja em forma de versos e obedeça aos moldes clássicos de número de sílabas poéticas, rimas, estrofes, ele pode não traduzir a emoção, o sentimento de quem o compôs. Na verdade, o poema não precisa necessariamente de versos ou rimas para manifestar esse sentimento. Por exemplo, encontramos a prosa poética em alguns  textos. Ou noutras manifestações artísticas, como na pintura, na música, no teatro, a arte de um modo geral. O olhar é quem vai determinar o grau dessa emoção. Uns apreciam o entardecer, o crepúsculo, com os olhos do sentimento, da alma. As imagens que colhemos na Natureza muitas vezes nos transmitem uma profunda emoção, sem mesmo entendermos o que a provocou. Os olhos das pessoas sensíveis enxergam além do imediato, do exterior. O sentimento extrapola porque nesses momentos predomina a emoção, daí resulta o prazer estético. Tudo isso é poesia, assim podemos dizer.

Telma Brilhante, escritora e professora.
Membro efetivo da Academia de Letras e Artes do Nordeste/PE e da União Brasileira de Escritores/PE.

terça-feira, 8 de maio de 2012

LER


L
er verbo que em apenas três letras significa tantas outras é algo inexplicável, inimaginável infinito, ao se ler quer se mais ler é muito bom...
Como bem fala Abramovich a leitura pode significar abrir  todas as comportas para entender o mundo através dos olhos dos autores e da vivência das personagens.
Como é importante o contato da criança com o texto que primeiramente é feito através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas... Ler histórias para crianças é poder sorrir, rir, é também ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes como tristeza, raiva, irritação, o bem-estar, alegria.
É através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica...
Convidamos a todos nesse inimaginável caminho para lerem, não importa se é um pequeno texto, uma música, uma poesia o que vale aqui é se divertir.

“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.”



(Baseado no livro Literatura Infantil : Gostosuras e Bobices de Fanny Abramovich)


Poesia


Poesia
Meu Sonho
Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

Cecília Meireles
Retirada do site: <http://www.aindamelhor.com/poesia/poesias11-cecilia-meireles.php>

Pequena Biografia:
Cecília Meireles nasceu em 1901 na cidade do Rio de Janeiro três meses após a morte do seu pai. Perdeu a mãe quando tinha apenas três anos, sendo criada pela avó materna. Sempre se relacionou com a leitura, o livro e a escrita. No término do curso primário recebeu do próprio Olavo Bilac, então inspetor escolar do Rio de Janeiro, a medalha de ouro por distinção e louvor em seus estudos. Torna-se professora em 1917, ao se formar no curso da Escola Normal. Seu primeiro livro de versos foi “Espectros”, publicado em 1919. Fundou em 1934 a primeira Biblioteca Infantil. Recebeu o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras em 1938 e também pela mesma instituição o prêmio “Machado de Assis” post-mortem pelo conjunto da sua obra em 1965. Sua morte foi em 1964 no Rio de Janeiro.
Conheça mais sobre esta autora, leia suas obras. Temos na Biblioteca livros com poesias dela, são eles:
Amor em Leonoreta
Cânticos
Um fio de prosa
Palavras e pétalas
Para gostar de ler - v. 6